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Vamos por a leitura em dia? Com vocês, os primeiros livros lidos em 2024

Atualizado: 10 de mar.


Capa dos três livros citados no post
Capa dos livros lidos em janeiro

Vou começar esse post com uma pergunta: quais foram, até agora, os seus livros lidos em 2024? Com a rotina e demandas do dia a dia, muitas vezes nós deixamos para depois atividades que nos são prazerosas. Confesso que até a leitura, vez ou outra, acaba entrando nesta lista. Tenho lido menos do que gostaria? Talvez sim. Mas em 2024 um dos meus desejos é compartilhar por aqui as obras que tenho lido. Quem sabe assim também não consigo inspirar outras pessoas a fazerem o mesmo? Ler é uma das minhas paixões, afinal, como sempre digo, antes de escritora, sou leitora. Creio que seja assim com qualquer pessoa que escreve. É muito pouco provável que alguém se torne escritor sem ter lido um pouco (bastante) antes.


Pois bem, vou registrar aqui os três primeiros livros que li este ano. Todos em janeiro. Em breve, compartilho as novas obras de cabeceira.


1. O corpo e o caleidoscópio


Escrito pela recifense Thays Albuquerque, o livro traz um relato que mescla história e sentimentos a partir da viagem da autora entre o Chile e a Argentina, quando da preparação da sua pesquisa acadêmica. Doutora em Teoria da Literatura pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Thays, também poeta e integrante do Ariel Coletivo Literário, reflete sobre as ditaduras na América Latina, entregando ao público muito das suas próprias impressões e vivências enquanto mulher negra brasileira. Lançado pela Castanha Mecânica, é uma obra que nos faz conhecer a autora, ao mesmo tempo que nos debruçamos sobre a história do Brasil e de países vizinhos. Tive o prazer de entrevistar Thays durante a primeira temporada do Conhecendo Escritoras Negras de Pernambuco, em 2021. Na ocasião, ela ainda não havia lançado o seu primeiro livro, mas falou com muito carinho sobre a ideia de vê-lo tomar forma. Fiquei extremamente feliz ao saber que o livro havia nascido fisicamente e ainda mais feliz com a dedicatória tão carinhosa que ela escreveu ao me presentear com um exemplar. Inclusive, esse é também um dos meus desejos para 2024: ler todos os livros com os quais sou presenteada. É um carinho que muito me orgulha e esse espaço será um dos locais em que vou apresentar as obras a vocês. Especialmente se for para compartilhar talentos tão especiais quanto o de Thays.


2. Deus criou primeiro um tatu


Escrito pela alemã Yvonne Miller, que se auto descreve como alemã de nascença e brasileira de alma, o livro traz uma coletânea de crônicas criadas a partir da vida da autora, sua esposa e enteada, ao morarem em um condomínio em Aldeia dos Camarás, região de Mata Atlântica localizada na cidade de Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife. Com uma escrita fluida e leve, Yvonne nos faz entrar no universo da fauna e flora pernambucanas, e também nos acontecimentos hilários ou intrigantes com vizinhos e animais de estimação. Uma leitura extremamente prazerosa, que me fez voltar a ter vontade de ler cada vez mais crônicas. Esse foi um livro que adquiri ainda no pré-lançamento, por meio da campanha de financiamento coletivo promovido pela autora junto à editora Aboio. Tive o prazer de dividir com Yvonne uma sessão coletiva de autógrafos na Academia Pernambucana de Letras e também de recebê-la como espectadora na primeira edição do Festival Pernambucano de Literatura Negra, que idealizei em 2022. Ela é daquelas pessoas que vive literatura e que apoia e divulga livros e projetos. É bom demais conviver com gente assim.


3. Estesia


Escrito pela poeta Cida Pedrosa, filha ilustre de Bodocó, no Sertão de Pernambuco, o livro é de uma singeleza que encanta. Ao longo das páginas, somos apresentados a pequenos versos, haikai que nos fazem refletir junto com a autora sobre os dias mais críticos de isolamento impostos pela pandemia. As poesias são inspiradas nos passeios da escritora pelas ruas pouco movimentadas daquele início de 2020, com mínimos detalhes do cotidiano servindo como mote para os versos da obra. O que revela o acerto na escolha do título da obra, afinal, se formos procurar o significado de estesia, encontraremos algo como: capacidade de perceber sensações; sensibilidade. Tive o prazer de adquirir um exemplar do livro durante o seu lançamento. Como escritora, entendo que esse é um dos momentos mais especiais e aguardados na carreira de qualquer autor. Compartilhar desse dia com Cida foi especial demais. Ela que tanto faz pela nossa literatura e pela nossa cultura. Ganhadora do Prêmio Jabuti, vereadora, mulher de luta e afeto. Também tive a honra de uma das homenagens que recebi na Câmara Municipal do Recife ter sido proposta por ela. Uma alegria imensa ser conterrânea, salve meu país Pernambuco, e contemporânea de Cida. 


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Site: © Negra Sou, by Jaqueline Fraga.

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